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terça-feira, 5 de junho de 2012

Dureza na serra mãe

Boas.


Infelizmente não pude acompanhar os amigos duros do  pedal, pois tinha uma etapa combinada com o meu grande amigo Ricardo Esteves na "serra Mãe" ou melhor serra da estrela, bem o Ricardo foi um cicerone impecável com o track que tinha programado.


Ás 04 da manha toca o despertador bem nem queria acreditar, é que no dia anterior fiz anos de casado e um jantarinho bem comido e regado com uma valente vinhaça,na companhia das minhas mais queridas, Paula e Beatriz. a hora combinada de saída era 05 da manha para nos deslocarmos até á terra do Ricardo  " Fornos de Algodres", viagem tranquila e em menos de 3 horas chegamos ao destino.




Bem nunca tinha estado daquele lado da serra, e a vista do município ficou ofuscada com a neblina que se fazia sentir por volta das 08.30, ainda pensei que iríamos apanhar chuva, vá lá que levei a capa, fizemos-nos á estrada por volta das 09 depois do Ricardo e eu cumprimentarmos o seu pai, e falarmos um pouco enquanto nos equipávamos, bem vou ser sincero, estava com um nervoso miudinho, 1º porque nunca tinha andado em alta montanha e 2º porque não sabia bem que ritmo iríamos impor em tão complicada subida.

Café tomado e lá rumamos em direcção á cidade de Seia, que fica mais ou menos a 20 e poucos km, o que serviu lindamente para efectuar um óptimo aquecimento que viria a ser a melhor opção, começamos a subida a um ritmo calmo com o pulso cardíaco a não ultrapassar os 170 e o alarme estava aos 165, curva após curva rampa após rampa lá fomos subindo, o Esteves é impressionante o motor ia ao relantim lol, e só me dizia´"- há até ao sabugueiro não custa nada, e eu só me apetecia dizer-lhe estás a brincar não, hehehe prós fortes não custa nada, lol".
Mas com calma lá chegamos á aldeia mais alta de Portugal continental, uma paragem rápida na placa para a posteridade e uma risota pegada, devido ao telemóvel  que não queria tirar uma foto do momento, mas la consegui, e até ficaram boas.


Que cara de cromos,lol.


Bem lá continuamos a nossa tirada, pois ainda tínhamos a maior parte da subida para fazer, do local onde estávamos faltavam precisamente 19km, e seriam os mais duros, com a maior parte da subida a não baixar dos 8% de inclinação bem dura.



Chegada á torre com 1h.50m, não foi a melhor marca para os 29km, mas a intenção era procura o melhor ritmo para subidas de alta montanha e também treinar em altura, pois tínhamos programado um dia a andar de bike acima das 5h de treino o que se veio a confirmar, conforme diz o garmin, 6h.30m, bom chegados á torre mais uma pequena paragem para umas fotos e uma coca fresquinha que soube que nem ginjas.







Pela subida acima temos tempo para pensar em tudo e também de verificar que o nosso país é brutal com paisagem de cortar a respiração, e de bike temos uma preçepção que não temos quando passamos por esses locais de carro.

Como por exemplo estas.





1º objectivo  atingido e lá nos fizemos á descida que iria ser longa mais precisamente até Manteigas, pelo vale glaciar, uma descida feita nas calmas pois a estrada está muito degradada, na saída da torre o frio era demais mesmo para esta altura do ano, o que também serviu para perceber que no quebra ossos não podemos descurar essa situação, já a meio da descida uma queda de agua espetacular com uma agua mais que pura e límpida, mais uma das imagens que ficam, aproveitamos para tirar os corta ventos, pois no vale á cota de 900m de altitude o calor sentia-se, finalizamos a descida atraz de um carro que gastou as pastilhas todas de certeza pois travava em todas, o que nos obrigava a travar em demasia, á entrada da vila de Manteigas o caso do dia, com os travões em brasa e com um pneu da medida 700/20 a câmara de ar do Ricardo não aguentou e explodiu. paragem para mudar e foi logo um filme para tirar o pneu, câmara nova e toca a encher, mas o pior estava a acontecer, ao colocar a nova furamos a única câmara que tínhamos levado, bem estava o filme armado, domingo numa vila onde não se via vivalma, e longe de casa, isto é no coração da serra da estrela, lá tive uma ideia que não sabia se ia resultar, montamos o meu boyoux que levava suplente na roda de pneu, resultou, só não conseguimos foi enche-lo como queríamos, deu para ir a uma bomba, com uma senhora e um senhor que só teem clientes porque são a única bomba na zona, tal era a simpatia, não resolveu, porque pouco mais de 5bar de pressão conseguimos por, bem tínhamos que arriscar era só ter cuidado nas descidas e nas curvas, mas mesmo assim não estava bem pois mal arrancamos o pipo mudou logo de posição, pedimos para um senhor de Famel nos informar onde poderíamos comprar remendos ou encher o boyoux, bem estava com uma tola á hora de almoço que nem conseguia arrancar com a mota, mas muito amável lá nos levou até sua casa onde tinha um compressor, o único problema era a localização, no topo da vila e tínhamos que lá chegar por um empedrado com uma inclinação que vai lá vai.




Bom lá resolvemos o problema do boyoux e tínhamos mais uma dura tarefa pela frente, era a subida de Manteigas para as Penhas Douradas, mais 20km a subir mas é daquelas subidas que nos faz lembrar as subidas das grandes voltas com curva atraz de curva e o mais curioso  era para onde virasse-mos ficávamos sempre com a vila de Manteigas á vista, mas a uma altitude bem diferente, e quanto acabamos a subida estávamos a uma cota de 1700m.





Forças restabelecidas com uma barra e um gel, só faltava restabelecer a agua, e o amigo Ricardo foi um grande cicerone, levando-me a alguns sítios bem curiosos, caso da fonte do Monteguinho, para quem não sabe é onde nasce o rio Montego, como é possível de uma pequena nascente acabar num grande rio, bem a água era maravilhosamente fresca e saborosa, sim porque a água tem sabor, simplesmente brutal, tempo para mais umas fotos, para mais tarde recordar.





Era então hora de voltarmos a casa, que ainda estava a uns bons 40kms, descendo em direcção a  Gouveia, mais uma descidas feita nas calmas não fouse o boyoux sair da roda, uma descida que se pode tornar numa penosa subida bem dura sem nenhum ponto de descanso, a subir claro ainda bem que a descemos, pelo meio a ultima paragem, na cabeça do velho ainda a uma cota de 1200m, e claro mais umas fotos.





A  nossa etapa estava a chegar ao fim, faltando só finalizar a descida até Gouveia, e o trajecto até Fornos de Algodres, onde nos esperava um franguinho feito no forno, feito pela amavél mãe do Ricardo e pelo pai que me receberam na sua casa como se estivesse na minha, MUITO OBRIGADO.

De  salientar  para finalizar, o clima esteve sempre impecável, nas subidas céu coberto o que foi bom devido ao calor que se fazia sentir quando abria, a ausência de vento e a companhia, sempre paciente companhia que nas subidas podia ir e dar-me uns valentes minutos e por  fim a dureza que é chegar á casa dos pais do Ricardo ao lugar de Enfias, que depois de um valente empeno ainda temos que fazer umas rampas durissimas.

Uma espetacular jornada, para repetir.

Cumprimentos

Bruno Afonso






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